segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vagabundos Nutridos


Perguntei Dona Maria do segundo que entristecia
da dor zelosa da minha agonia
que se espalhava feito alergia

Dona Maria que nunca viu o mar
achou a cura para o meu sofrer
na intenção do movimento das ondas
nas majestosas contas do alvorecer

“Dança quando o sol chegar
que o dia vai nascer
independente do teu canto,
e não é o teu pranto que faz a terra escurecer
Mas se respostas você vem buscar,
eu sinto lhe dizer:
a vida é uma cantiga de roda,
faça um verso bem bonito, diga adeus e vá embora”

Amarrei segredos meus
com o cadarço do meu quichute
divaguei na quietude de uma rua mal-iluminada
das passarelas eu fiz calçada
parti nesse comboio que vai rumo ao nada

Dona Maria, na Serra do Cipó, reinava absoluta como um Prestes João]
e a batuta que ela traz nas mãos conduz o mundo em modo maior]
e entra aquelas fogueiras e vales, onde os vagabundos iam se nutrir]
não há no mundo ninguém que não cale
pra dona Maria se fazer ouvir

“Dança quando o sol chegar
que o dia vai nascer
independente do teu canto,
e não é o teu pranto que faz a terra escurecer
Mas se respostas você vem buscar,
eu sinto lhe dizer:
a vida é uma cantiga de roda,
faça um verso bem bonito, diga adeus e vá embora”