Assim que soube que eu iria para Inglaterra, Lara, minha irmã, pediu uma lembrança que tivesse os Beatles como tema. Durante a tarde de hoje, caminhei em Camden Town, mas como chovia muito, não pude procurar com calma algum presente interessante. Quando dei por mim, as lojas estavam fechando e eu estava atrasado para o show de Neil Young, no Hyde Park.
Assim que cheguei, encontrei Magno estirado no gramado com dois amigos, bebendo cerveja. Não tínhamos ingresso, claro. Eles se esgotam tão logo um evento é anunciado. Mas tínhamos a imensidão do gramado, frestas na grade, e algumas cervejas.
Durante o show, a chuva ameaçou novamente, mas nada que tirasse o bom humor de meu amigo. "Isso é Londres", ele dizia. " Neil Young de graça e cerveja". Nas últimas músicas do show, um dos portões foi aberto. Embora não nos fosse permitido entrar, podíamos ouvir melhor as músicas e ver todo o palco. Estávamos em êstaxe. Isso é Londres, eu pensava. Como se fosse pouco, ao soarem os acordes iniciais do bizz, eu reconheci: Neil Young atacava de " A day in the life". Olhei para Magno. Estávamos emocionados.
No lugar dos violinos, guitarras fizeram o furacão sonoro que marca o auge da mais bela canção dos Beatles. Agora, sabia eu, faltava o despertador, e a parte que Paul McCartney canta. Magno pensava a mesma coisa, pois adiantou um verso, cantalorando: " I woke up..." De repente, ouvi uma voz conhecida, mas não era meu amigo. Olhei para o telão. "É o Paul Mcartney", falei. Então, novamente ouvi uma voz, mas era a minha mesmo, interna, gritando: "Corre, Espantalho".
Como um louco, sai em disparada portão a dentro. As duas guardas vieram atrás, e eu sentia suas mãos tentando me agarrar, mas era tarde demais: eu, Neil Young, Paul McCartney e a multidão cantávamos em coro: " I read the news today oh boy." Depois, soube que a minha inesperada reação tirou a segurança britânica um pouco dos eixos. Ao saírem correndo atrás de mim, as seguranças desguarneceram os portões e todo mundo me seguiu, Magno inclusive.
Uma noite, portanto, memorável. Isso é Londres, eu pensei, mas eu fiz igualzinho o que costumava fazer no pátio da Federal de Juiz de Fora ou no Circo Voador.
Assim que cheguei, encontrei Magno estirado no gramado com dois amigos, bebendo cerveja. Não tínhamos ingresso, claro. Eles se esgotam tão logo um evento é anunciado. Mas tínhamos a imensidão do gramado, frestas na grade, e algumas cervejas.
Durante o show, a chuva ameaçou novamente, mas nada que tirasse o bom humor de meu amigo. "Isso é Londres", ele dizia. " Neil Young de graça e cerveja". Nas últimas músicas do show, um dos portões foi aberto. Embora não nos fosse permitido entrar, podíamos ouvir melhor as músicas e ver todo o palco. Estávamos em êstaxe. Isso é Londres, eu pensava. Como se fosse pouco, ao soarem os acordes iniciais do bizz, eu reconheci: Neil Young atacava de " A day in the life". Olhei para Magno. Estávamos emocionados.
No lugar dos violinos, guitarras fizeram o furacão sonoro que marca o auge da mais bela canção dos Beatles. Agora, sabia eu, faltava o despertador, e a parte que Paul McCartney canta. Magno pensava a mesma coisa, pois adiantou um verso, cantalorando: " I woke up..." De repente, ouvi uma voz conhecida, mas não era meu amigo. Olhei para o telão. "É o Paul Mcartney", falei. Então, novamente ouvi uma voz, mas era a minha mesmo, interna, gritando: "Corre, Espantalho".
Como um louco, sai em disparada portão a dentro. As duas guardas vieram atrás, e eu sentia suas mãos tentando me agarrar, mas era tarde demais: eu, Neil Young, Paul McCartney e a multidão cantávamos em coro: " I read the news today oh boy." Depois, soube que a minha inesperada reação tirou a segurança britânica um pouco dos eixos. Ao saírem correndo atrás de mim, as seguranças desguarneceram os portões e todo mundo me seguiu, Magno inclusive.
Uma noite, portanto, memorável. Isso é Londres, eu pensei, mas eu fiz igualzinho o que costumava fazer no pátio da Federal de Juiz de Fora ou no Circo Voador.